Ficções Live 16: Melhores Leituras de 2018

No primeiro Ficções Live de 2019, vamos falar daquilo que passou. Vamos falar sobre o que houve de melhor no ano de 2018. Para isso convidei uma galera muito especial para me ajudar a indicar a vocês excelentes leituras e destaques. Além de mim, teremos o Rafael Ferreira, nosso incrível colaborador, fã de literatura nacional e adorador número do Velho Ruim de Westeros. Teremos também a Fernanda Castro (do Bookworm Scientist), o fantástico Gustavo Moscardo Domingos (o Rei Grifo), a Priscila Caraça Mantovani (nossa querida amiga lá do Leitura Mania) e o meu companheiro carioca Diogo Ramos (da Taverna). Uma galera sensacional para uma gostosa tarde domingo. Será no dia 13/01, às 17:00 retomando as nossas tardes de live com café e biscoitos (no verão está mais para sorvete e suco).

 

Ficções Humanas

Ficções Humanas é um blog e um canal no Youtube dedicado a falar sobre literatura, resenhas de livros, de séries de TV e de muito mais. É uma grande conversa atemporal a respeito da condição humana e todas as suas possibilidades e impossibilidades; uma conversa na qual temos orgulho de contar com a participação de muitos homens e mulheres criativos de diferentes formações culturais, tanto do presente como do passado. Nossa intenção é incluir você nessa conversa, ao fazê-lo travar contato com as artes que revisamos e recomendamos e participar de debates sobre variados temas cotidianos com o apoio das reflexões do mundo ficcional.

 

Equipe

Paulo Vinícius: sou um professor de História que gosta de viajar por mundos fantásticos, ser surpreendido por horripilantes histórias de terror e me maravilhar com um possível futuro próximo. A vida é muito séria para não podermos nos perder um pouco em nossas fantasias. Facebook

Amanda Barreiro: sou uma estudante de Letras encantada por boas histórias, em especial pela literatura fantástica, e nunca dispenso passar um tempo viajando por mundos novos e velhos, revisitá-los ou explorá-los. Costumo ser muito questionadora, mas muitas vezes o fator determinante é mesmo a emoção, a marca que um livro é capaz de deixar, e estou ansiosa para compartilhar com vocês as minhas experiências. Facebook

Rafael Ferreira: Sou um empreendedor, dono de uma empresa de tecnologia e amante da área de exatas, mas tenho como alicerce fundamental, os livros. Atualmente além de leitor assíduo de ficção fantástica, científica, suspense e terror. Nacionais ou estrangeiros. Escrevo minhas experiências de leitura para outros leitores através de resenhas e críticas. Facebook

Felipe Cotias: Advogado carioca, atualmente vivendo nos Andes, que alterna carreira jurídica mundo afora com os prazeres e descobertas da escrita. Sou fã de ficções em suas variadas formas, em especial literatura, quadrinhos, videogames e ilusões enviesadas da realidade.

Diário de Escrita 24 – Vencedor do concurso de contos

É HOJE, MEUS AMIGOS!!!!

Vamos anunciar os vencedores do concurso de contos do Diário de Escrita! 😀 Preparem seus corações!

Semana 24 do Diário de Escrita! Quem bateu a meta de escrita da semana? Quem não bateu? Qual é a desculpa esfarrapada da vez? Seja bem-vindo ao Diário de Escrita, nossa live semanal sobre escrita de contos e romances.

 

O Diário de Escrita é transmitido ao vivo toda terça-feira, às 19:30, no canal da Karen Soarele.

 

Participe do Diário de Escrita!

Você também está escrevendo um livro? Anote aqui a sua meta da semana. Citamos na live os autores que conseguiram bater suas próprias metas. Será que a pressão ajudará você a terminar o seu romance?

Participe também fazendo perguntas pelo chat! As transmissões são ao vivo, sempre na terça-feira, a partir das 19:30, no canal da Karen Soarele.

 

Autores do Diário de Escrita

Karen Soarele é autora de A Joia da Alma (Jambô Editora) e das Crônicas de Myríade, série que já conta com quatro livros: Línguas de Fogo, Tempestade de Areia, A Rainha da Primavera e A Canção das Estrelas (Cubo Mágico). Agora, trabalha no seu próximo título de fantasia. Livros | E-books | Facebook

Vinicius Mendes já começou a escrever diversas vezes, mas nunca terminou. O que falta? Pressão. Ao longo dos anos de experiência como redator publicitário, descobriu que trabalha melhor sob pressão, e é por isso que está aqui no Diário de Escrita. O que veremos aqui: “Big Brother Primeiro Livro”. Se ele falhar em público, sofrerá nosso escárnio eterno. ResenhasFacebook

Wesnen Tellurian é autor de Volátil e a Guerra Mágica (Editora Arwen) e participou da antologia Os Animais Também Vão Para o Céu (Editora Sinna). Agora, trabalha em um sci-fi sobrenatural com vibe investigativa, o primeiro livro de uma série. Antologia | Facebook

Diário de Escrita 23 – Perguntas sobre Jambô Odisseias

Semana 23 do Diário de Escrita! Quem bateu a meta de escrita da semana? Quem não bateu? Qual é a desculpa esfarrapada da vez? Seja bem-vindo ao Diário de Escrita, nossa live semanal sobre escrita de contos e romances.

 

O Diário de Escrita é transmitido ao vivo toda terça-feira, às 19:30, no canal da Karen Soarele.

 

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Você também está escrevendo um livro? Anote aqui a sua meta da semana. Citamos na live os autores que conseguiram bater suas próprias metas. Será que a pressão ajudará você a terminar o seu romance?

Participe também fazendo perguntas pelo chat! As transmissões são ao vivo, sempre na terça-feira, a partir das 19:30, no canal da Karen Soarele.

 

Autores do Diário de Escrita

Karen Soarele é autora de A Joia da Alma (Jambô Editora) e das Crônicas de Myríade, série que já conta com quatro livros: Línguas de Fogo, Tempestade de Areia, A Rainha da Primavera e A Canção das Estrelas (Cubo Mágico). Agora, trabalha no seu próximo título de fantasia. Livros | E-books | Facebook

Vinicius Mendes já começou a escrever diversas vezes, mas nunca terminou. O que falta? Pressão. Ao longo dos anos de experiência como redator publicitário, descobriu que trabalha melhor sob pressão, e é por isso que está aqui no Diário de Escrita. O que veremos aqui: “Big Brother Primeiro Livro”. Se ele falhar em público, sofrerá nosso escárnio eterno. ResenhasFacebook

Wesnen Tellurian é autor de Volátil e a Guerra Mágica (Editora Arwen) e participou da antologia Os Animais Também Vão Para o Céu (Editora Sinna). Agora, trabalha em um sci-fi sobrenatural com vibe investigativa, o primeiro livro de uma série. Antologia | Facebook

Diário de Escrita 22 – Finalistas do concurso de contos

Quem aí está participando do concurso de contos do Diário de Escrita? Hoje vamos anunciar os finalistas!!! 😀 No mais, semana 22 do Diário de Escrita! Quem bateu a meta de escrita da semana? Quem não bateu? Qual é a desculpa esfarrapada da vez? Seja bem-vindo ao Diário de Escrita, nossa live semanal sobre escrita de contos e romances.

 

O Diário de Escrita é transmitido ao vivo toda terça-feira, às 19:30, no canal da Karen Soarele.

 

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Você também está escrevendo um livro? Anote aqui a sua meta da semana. Citamos na live os autores que conseguiram bater suas próprias metas. Será que a pressão ajudará você a terminar o seu romance?

Participe também fazendo perguntas pelo chat! As transmissões são ao vivo, sempre na terça-feira, a partir das 19:30, no canal da Karen Soarele.

 

Autores do Diário de Escrita

Karen Soarele é autora de A Joia da Alma (Jambô Editora) e das Crônicas de Myríade, série que já conta com quatro livros: Línguas de Fogo, Tempestade de Areia, A Rainha da Primavera e A Canção das Estrelas (Cubo Mágico). Agora, trabalha no seu próximo título de fantasia. Livros | E-books | Facebook

Vinicius Mendes já começou a escrever diversas vezes, mas nunca terminou. O que falta? Pressão. Ao longo dos anos de experiência como redator publicitário, descobriu que trabalha melhor sob pressão, e é por isso que está aqui no Diário de Escrita. O que veremos aqui: “Big Brother Primeiro Livro”. Se ele falhar em público, sofrerá nosso escárnio eterno. ResenhasFacebook

Wesnen Tellurian é autor de Volátil e a Guerra Mágica (Editora Arwen) e participou da antologia Os Animais Também Vão Para o Céu (Editora Sinna). Agora, trabalha em um sci-fi sobrenatural com vibe investigativa, o primeiro livro de uma série. Antologia | Facebook

Livros

Comic Con Experience 2018: A minha experiência

Enfim, o maior e melhor evento da cultura nerd da América Latina chegou: a Comic Com Experience, ou CCXP para os mais íntimos. Para mim, a edição de 2018 teve um sabor especial, pois além de todas as atrações, os encontros e reencontros, lancei o segundo volume de Passagem para a Escuridão, concluindo assim a minha duologia. Para um autor iniciante, terminar e publicar um projeto como esse é uma realização sem tamanho. Especialmente, quando o fazemos em uma editora como a Jambô, e ainda mais quando o livro em si perigou de não sair ainda esse ano.

Uma rápida explicação. “Passagem para a Escuridão – Livro 2” estava pronto desde 2016, mas fui convencido por pessoas mais entendidas do mercado editorial a adiar o seu lançamento para meados de 2017, ou seja, um ano após a publicação do primeiro. No início de 2017, fui convidado a integrar uma editora recém-criada, com um selo próprio para fantasia nacional. O único problema: o livro deveria ser lançado apenas na CCXP 2018, por conta da agenda da editora. Apesar da minha ansiedade e do apelo dos leitores, aceitei.

Tudo ia bem até que o editor me veio com a surpresa de que talvez eles não fossem mais a CCXP ou mesmo publicar meu livro. Isso faltando uns dois meses para o evento. Já sem esperança, entrei em contato com minha amiga do coração, Karen Soarele, que me abriu as portas para a editora Jambô. Para resumir uma história cheia de reviravoltas e muita emoção, ela e o Guilherme dei Svalde fizeram um trabalho incrível em tempo record, e graças aos dois consegui lançar a duologia na CCXP, agora com o selinho do elefante nas capas. Para alguém que cresceu lendo a Dragão Brasil, algo do gênero não tem preço!

Andanças pela CCXP
Andanças pela CCXP

Vendas!!

Para quem não sabe, publiquei uma série de artigos sobre como se portar em eventos literários de modo a aumentar as suas chances de sucesso. Se alguém ainda estava em dúvida sobre a eficácia das dicas, posso dizer que estou bastante satisfeito com os resultados. Foram mais de 100 livros vendidos, levando em conta que estava disputando espaço com feras como a própria Karen Soarele e o campeão de vendas, Leonel Caldela, com o seu lançamento de mais de 700 páginas que esgotou no evento. Ver a torre de “A Flecha de Fogo” descendo mais e mais foi muito divertido. Uma torre que, por sinal, ajudei a erguer.

Em 2017 também estive na CCXP junto do pessoal da Jambô, mas cheguei tarde demais para ajudá-los a arrumar o estande. Dessa vez foi diferente e, por várias vezes, rodeado por caixas e mais caixas de livros, tive a certeza que não terminaríamos a tempo para a Spoiler Night. O próprio galpão fervilhava com operários trabalhando para montar os estandes das outras atrações. Centenas de pessoas responsáveis pela magia acontecer. E assim, às 18:00 do dia 5 de dezembro de 2018, a CCXP foi aberta ao público. Ainda não era aquele famoso arrastão de nerds que fazem em coro a contagem regressiva se espremendo na entrada, mas eram os primeiros clientes a serem conquistados. E para a minha surpresa alguns já vieram direto atrás do meu livro 2, pois já tinham lido o anterior e queriam saber como a história de Lúcio Dante terminaria. Esse sem dúvida é o sonho de todo o escritor. E estava acontecendo!

Eduardo Matias, um dos maiores apoiadores da literatura nacional

Cosplay

Uma das facetas mais divertidas e contagiantes da CCXP é o cosplay levado ao estado da arte. Podemos esbarrar nos mais variados personagens pelos corredores do evento, desde o famoso Mário da Nintendo até o protagonista de algum mangá pouco conhecido. Harry Potter, Capitão América, Zelda, Naruto e muito mais.

Claro que eu não podia ficar de fora dessa festa e tratei de arranjar uma fantasia também. Mas não podia ser qualquer fantasia. A CCXP é sinônimo de diversão, mas para autores como eu, ela também é uma das melhores vitrines para mostrar o seu trabalho. Meu cosplay deveria me ajudar com as vendas e quem melhor do que o príncipe Lúcio Dante, que figura nas duas capas de meus livros, para realizar essa importante tarefa. Essa por sinal é uma das dicas que cito na série sobre eventos literários. E a quantidade de autores que se valem desse recurso apenas mostra que essa é uma tendência. Então, da próxima vez que for expor em alguma feira literária ou algo do gênero, vista-se à caráter. Aposto que não irá se arrepender.

Gwen (Karen Soarele) e Christian (Guilherme dei Svaldi), ambos do livro Joia da Alma
Kadoo, meu amigo e cosmaker, responsável pelo meu Lúcio Dante
Clecius Duran, lobisomem e autor do livro Crônicas da Lua Cheia

Ficções Live: Mafagafo

Fala galera do Papo de Autor! Essa é uma das últimas edições do Ficções Live de 2018 (provavelmente a última). Paulo Vinicius, editor do blog Ficções Humnas, vai voltar ao tema das editoras e publicações indies, e dessa vez vai falar da revista Mafagafo. Uma revista com um projeto editorial muito diferente do que vocês imaginam. Para isso, ele convidou a editora da Mafagafo, a Janayna Bianchi e uma das autoras que publicaram na primeira edição dela, a Fernanda Castro (nossa querida Bookworm Scientist).

Criação de mundos

Criação de Mundos #2

Fala galera do Papo de Autor! Estamos de volta para o segundo post da série sobre Criação de Mundos. Como já comentei no artigo anterior, algumas importantes perguntas devem ser respondidas quando nos propomos a criar um mundo novo de fantasia, seja de cima para baixo ou de baixo para cima. Qual será o conceito geral do mundo? O nível de tecnologia? Como funciona a magia? Quais as religiões? Como as sociedades se organizam em termos políticos? Quais as raças que compõem esse mundo?

São tantas perguntas que possivelmente eu devo ter esquecido alguma. A grosso modo, completar esse questionário com o maior número de informações possível é o mesmo que criar um mundo novo. O grande cuidado que devemos ter agora é torná-lo único e especial. Um mundo de alta fantasia, com deuses ativos e todas as raças padrões de um cenário de RPG vai parecer uma cópia de Forgottem Realms. Se é isso que deseja, então vai fundo… caso contrário, vamos às perguntas!

Criação de mundos

 

Conceito geral

O conceito geral é uma espécie de tema central. Forgottem Realms, por exemplo, é um mundo repleto de deuses, personagens muito poderosos, e raças que se odeiam, prontas para criar confusão. Dragonlance pode ser definido pela luta entre dragões bons e maus O mundo de Crônicas do Gelo e do Fogo, por trás de todas as intrigas e violência explícita, também é uma batalha entre o bem e o mal, entre o fogo e o gelo.

No meu livro, Passagem para a Escuridão, o tema central também é a batalha entre o bem e o mal. Há centenas de anos, os demônios do Submundo invadiram o mundo dos humanos e após uma grande guerra foram derrotados e expulsos. Os demônios, porém, tem planos para voltar e concluir o que tinham em mente. Esse é o pano de fundo do livro, mas como veremos mais a frente, esticar o pano na parede é apenas o primeiro passo para se criar um mundo interessante que servirá de palco para as histórias que lá serão contadas. E mais uma vez vou lembra-los: um mundo incrível não salva uma história ruim. Foco na história!

Tendo isso dito, é fácil ver que os mundos de fantasia que mais se destacam têm um estilo diferente. Eles alteram significativamente a experiência de leitura do núcleo de fantasia de alguma maneira para diferenciar-se da mesmice. Alguns têm foco no clima, no nível de tecnologia, no sistema de magia, na cosmologia, etc. Sem essas diferenças interessantes e marcantes, adicionar algumas preferências idiossincráticas fará de seu novo mundo, apenas mais um entre tantos, apenas esquecível.

Dragonlance: dragões bons e maus se enfrentam

 

Nível de tecnologia

Definir o nível de tecnologia é uma das minhas partes preferidas. Simplesmente pois envolve muita pesquisa histórica. Quando pensamos em fantasia logo o que vem a nossa mente são os cavaleiros e castelos da idade média. Isso e dragões, mas essa é outra conversa. A questão é que por diversas razões a idade média europeia está muito ligada ao gênero de fantasia. A alta idade média, por sinal, para ser mais preciso. Ou seja, deixar os castelos de pedra e cavaleiros de armadura de placas pode ser uma boa ideia para do lugar comum.

A história da humanidade é tão rica que impressiona ser tão mal explorada pelos autores de fantasia. Temos toda a antiguidade, com a civilização grega, egípcia, persa e tantas outras. Temos centenas de anos do império romano. Temos toda uma África ainda a ser descoberta (vide o que foi feito no filme Pantera Negra). Toda cultura oriental é um mar de referências fantásticas no qual os mangás e animes nadam de braçada. E ainda temos as civilizações pré-colombianas como os astecas e maias.

Em suma, nosso mundo é muito grande e variado para ter apenas a alta idade média europeia como fonte de inspiração para os livros de fantasia. Sem dúvida, sair do lugar comum, nesse caso, vai implicar em muita pesquisa para seu livro não soar somente alegórico e preconceituoso. Mas, conforme já comentei, pesquise apenas o suficiente para evitar os anacronismos e dar mais cor a sua história; os leitores não querem uma tese de doutorado.

Outro assunto importante quando estamos falando de nível de tecnologia é o sistema de magia. Poucas pessoas fazem a conexão, mas a verdade é que o acesso fácil a magia torna menor a pressão para o desenvolvimento de novas tecnologias. Isso pode ser visto facilmente na série do Harry Potter. O mundo dos bruxos na Inglaterra parece ter parado no tempo. Ninguém precisa de uma máquina de lavar louça quando com um gesto da varinha pode mandar pratos e talheres se limparem e voarem para as prateleiras.

Outra referência interessante é o anime A Lenda de Korra, que se passa anos após o seu predecessor, A Lenda de Ang. A maioria das pessoas no mundo do avatar não possuem o poder de dobrar os elementos e precisam de virar com tecnologia. E conforme essa se torna mais difundida, os tais dobradores começam a ser vistos com desconfiança e antipatia, até serem caçados por grupos extremistas que viam neles o retrato de uma era em que não ter poderes significava ser oprimido.

A tecnologia e a magia não são necessariamente opostas. As duas podem ser integradas de modo a permitir que todas as pessoas possam desfrutar de suas facilidades. Máquinas e equipamentos movidos a magia podem inclusive acelerar o desenvolvimento tecnológico de seu mundo. Ao invés de velas, as casas podiam ser iluminadas por globos de luz, trens flutuantes podiam servir como transporte público, e por aí vai. Pense nisso.

A Lenda de Korra
Criação de cima para baixo

Criação de Mundos #1

Então, por onde começar quando criar um mundo? Acredito que quase todo autor de fantasia ou mestre de RPG já se fez essa pergunta algum dia. Quem sabe até Deus (ou Deuses) já estiveram nessa situação. O processo de criação não é fácil, muito menos linear e contínuo, mas existem alguns pontos que devem ser observados que podem ser encarados como dicas. No fim das contas, como tudo fora do campo das exatas, não existe uma resposta certa para a grande pergunta. São vários os caminhos que nos levam ao mesmo objetivo; e como na vida, o importante é tentar apreciar a viagem, quem sabe até mais que o destino final.

Criação de cima para baixo

 

De cima para baixo ou de baixo para cima?

Depois dessa enrolação filosóficas, vamos às dicas. De modo geral, existem duas abordagens mais utilizadas para a criação de um mundo fictício: de cima para baixa, ou de baixo para cima. A diferença entre os dois é brutal. No primeiro caso, o importante é definir muito bem uma cidade ou nação, levando em conta detalhes como rumores locais, personagens importantes, os costumes, a religião, o clima, a geografia, em suma, praticamente tudo que faz desse pedaço de chão um lugar que merece ser o cenário de uma história.

Criar um mundo de cima para baixo é um processo mais amplo. Precisamos pensar mais em temas para descrever grandes regiões de um mapa. Precisamos definir coisas como uma cosmologia, uma mitologia, incluindo como aquele mundo nasceu e evoluiu até o ponto onde está agora. Quais os principais conflitos políticos e ideológicos que fazem as engrenagens do mundo girar.

Como já comentei, não existe um caminho que seja mais fácil ou mais certo; no fim das contas precisamos viajar um pouco pelas duas estradas, mas nunca até o fim. E o quanto devemos nos aventurar em uma ou outra é toda uma nova questão. Certa vez tive o privilégio de ouvir um dos grandes nomes da ficção histórica da atualidade, Bernard Cornwell, responder a um questionamento sobre o quanto ele pesquisava para escrever um livro. A resposta foi tão simples que até o urso Baloo do Livro da Selva já conhecia: somente o necessário. Os livros de Bernard Cornwell são famosos pela ambientação impecável, mas isso não quer dizer que ele está escrevendo uma dissertação de mestrado em história. O importante em um livro é o enredo, os personagens; a pesquisa vem apenas para agregar. E o mesmo pode ser dito sobre a criação do mundo.

Antes de se preocupar com os deuses de seu novo mundo, com as raças, as línguas, o calendário revolucionário, os pontos turísticos da cidade subaquática, ou com a organização social daquela tribo de homens-formiga da selva que não existe em mais nenhum outro lugar, pense no enredo e nos personagens que farão parte dele. Nem o mais criativo e rico mundo de fantasia salva uma história ruim e mal escrita.

Criação de baixo para cima

 

Foco!!

Escrever é uma atividade muito trabalhosa, então foque seus esforços no que realmente importa, construa apenas o necessário de seu mundo, apenas o que irá agregar a história. Se aquele reino do deserto inspirado no antigo Império Otomano sequer será citado no livro, por favor, não se preocupe com ele nesse momento. Criar um calendário realmente é algo relevante para a sua história, ou é apenas uma curiosidade?

Assim como Roma não foi construída em um dia, seu mundo também não precisa. Seu mundo pode e deve crescer com o tempo, sob demanda, conforme um ou outro elemento se tornar necessário para a história. O dia que seu grupo de aventureiros for visitar o tal reino do deserto, apenas então pesquise sobre o estilo de vida e os costumes do povo no Império Otomano. Até lá, lembre-se da música do urso Baloo e cante: necessário, somente o necessário, o extraordinário é demais.

Ficções Live: Afrofuturismo

Nos últimos tempos tem surgido uma série de autores que vem trabalhado o afrofuturismo. É um movimento contemporâneo que tem ganhado mais e mais importância. Mas, o que é afrofuturismo? Quais as suas características? Quem são os principais expoentes deste gênero? Para entender o tema, Paulo Vinicius convidou dois autores e estudiosos do gênero: Fábio Kabral, autor de O Caçador Cibernético da Rua 13 e Lu Ain Zaila, autora de (In)Verdades e da coletânea recentemente financiada, Sankofia. Eles vão ajudar a entender este tema com a expertise de ambos na área.